Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Translate to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese




ONLINE
13





Partilhe esta Página



    

                                                   

                                                   



Total de visitas: 63893
A Radicalização do Discipulado
A Radicalização do Discipulado

A RADICALIZAÇÃO DO DISCIPULADO

Lucas 6.27-31

Quando dizemos a alguém: “você radicalizou”, dizemos que ele tomou uma atitude extrema, não comum. A radicalização indica que a pessoa tomou uma decisão e vai seguir nela, mesmo contra a opinião da maioria. No texto de Lucas 6.27-31, Jesus radicaliza seu discipulado: poucos se enquadrarão aqui.

Jesus manda amar (este é o verbo que ele mais gosta), o tempo todo, não os amigos, mas os inimigos (v. 27). Ninguém nunca ensinou isto. Olhe todas as religiões e filosofias que não tenham a ver com o cristianismo e você encontrará que a atitude com o inimigo ou é de combate ou de indiferença. De onde Jesus tirou esta ideia revolucionária de amar os inimigos? Certamente, da atitude de Deus, seu Pai. O Pai de Jesus ama seus inimigos: “porque Deus AMOU O MUNDO de tal maneira que deu seu único Filho ...”. Esta demonstração de amor ao inimigo é realizada pela pessoa como um todo mas Jesus menciona três áreas da vida para exemplificar o que ele está dizendo. A primeira área é a das atitudes: “façam o bem aos que os odeiam”. Por amar, faz-se o bem e não o mal àqueles que claramente não gostam de nós. Veja que a atitude de fazer o bem é toda do discípulo de Jesus e não da outra pessoa. Não é um “toma lá, dá cá” e jamais uma vingança. São atos claros de bondade. A segunda área mencionada por Jesus tem a ver com as palavras: “abençoem os que os amaldiçoam” (v. 28).

Por amar, sempre falamos bem daquele que fala mal de nós. Jesus não está dizendo que devemos mentir, bajular ou esconder a realidade da outra pessoa e sim que a palavra de seu discípulo só é dita se for para fazer bem, principalmente a quem o amaldiçoa. A terceira área é a dos desejos: “orem pelos que os maltratam”. Geralmente, oração é feita quando a pessoa está só, ela e Deus. Se quando está sozinha, ela é capaz de orar em favor do inimigo, isto significa que seus desejos estão marcados pelo amor. Em todos estes exemplos, fica claro que o outro continua a fazer o mal mas o discípulo de Jesus toma a atitude radical de só fazer o bem, de amar. Leitor: esta tem sido sua atitude? Você vive desta maneira? Ou você segue a correnteza da normalidade “dando o troco” a quem lhe faz o mal ou, quando muito, tornando-se indiferente àquela pessoa? Se você é discípulo de Jesus comece a mudar o rumo de sua vida para ajustar-se ao que o Mestre falou aqui.

Mas a radicalização de Jesus continua. Ele vai dizer: “se alguém lhe bater numa face, ofereça-lhe também a outra. Se alguém lhe tirar a capa, não o impeça de tirar-lhe a túnica” (v. 29). Esta é uma das ordens mais mal compreendidas de Jesus. Aqui ele não quer ser entendido literalmente. E isto é fácil de provar. Leia João 18.19-23 e vai ver que um soldado do sumo-sacerdote deu uma bofetada em Jesus quando ele estava amarrado e ele não deu a outra face! Pelo contrário, chamou a atenção do soldado que lhe bateu. Naquela ocasião, ele não deu a outra face mas lembre-se que, pouco tempo depois, deu a vida! O que então ele queria dizer com “dar a outra face”? “Assombrar” o outro (que bate em nós) com uma decisão passiva totalmente inesperada: não se vingar, de forma alguma. O discípulo de Jesus toma uma decisão ativa de abençoar e ajudar quem lhe faz o mal. Já vi e ouvi falar de muitas pessoas que, sendo roubadas por adolescentes ligados ao tráfico e às drogas, resolveram ajudar uma ONG que trabalha na recuperação deles. Isto é dar a outra face! Quando morava no Nordeste, vi a reportagem de uma mulher crente no Recife que, tendo perdido o único filho morto num assalto, procurou o assassino do filho na prisão e disse a ele: “você matou o meu filho e, de agora em diante, eu vou cuidar de você e resolvi adotá-lo como meu filho no lugar daquele que você matou”. Isto é dar a outra face!

No v. 30, Jesus diz que devemos encontrar maneiras de ajudar as pessoas. De sermos generosos, repartindo com quem precisa aquilo de que podemos dispor. De sermos solidários e amigos com as pessoas. Será que Jesus queria transformar seus discípulos em gente trouxa e frouxa, de quem os outros se aproveitam? Penso que não, porque ele sempre ensinou a dignidade de cada ser humano. O que ele queria, para seus discípulos, com esta mensagem radical? Primeiro: que eles fossem ativos promotores do bem e do amor num mundo mau e violento. Que esta seja a nossa característica de vida. Segundo: ele nos quer fazer parecidos com Deus. Não pode ser o normal do mundo, tem de ser diferente, tem de radicalizar.

Jesus termina este parágrafo com o princípio que norteia todas estas atitudes: “como vocês querem que os outros lhes façam, façam também vocês a eles” (v. 31). O discípulo não fica esperando que os outros lhe façam o bem para ele retribuir com mais bem. Ele toma a decisão de fazer o bem primeiro, independente da atitude do outro. Algo incrível acontece quando se age assim: o bem sempre retorna para você. Mas, o mais importante, é que você fica parecido com Deus.