Lucas 2.33-38
Whitson Ribeiro da Rocha
Pastor na Missão Batista Esperança – Presidente Prudente, SP
No mundo de tradição cristã hoje, existem três grupos acerca da relação com Jesus Cristo. Um grupo relativamente pequeno ama e segue a Jesus com um coração fiel e sincero. Um outro grupo, menor que o primeiro, é avesso, descrente e joga contra Jesus. São as pessoas que dizem que ele não existiu, ou que sua morte não significa nada, ou que ele usou seus ensinamentos para tornar as pessoas fracas a ponto delas não conseguirem desenvolver seu potencial. Mas há uma imensa maioria que é neutra em relação a Jesus, ou seja, dizem gostar dele e de seus ensinamentos mas ele não faz nenhuma diferença no dia a dia destas pessoas. O texto de Lucas 2.33-38 diz que é impossível ser neutro em relação a Jesus Cristo. Ou ficamos de pé ou caímos em relação a ele.
Simeão, o profeta, falou sobre o bebê Jesus (v. 28-32). José e Maria ficaram admirados do que ele disse (v. 33). Simeão abençoa o casal e diz a Maria que aquele menino estava destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel e que ele seria um sinal de contradição (v. 34). O que Simeão profetizou é que Jesus é um marco que definirá o destino das pessoas. Por causa de Jesus Cristo, e não de outra pessoa humana, muitos vão se perder e muitos vão ser salvos. Ele é como uma pedra na qual algumas pessoas tropeçam e caem e outras sobem em cima, erguem-se e ficam salvas de perigos. Os que se levantam vão crer nele, segui-lo como o Senhor de suas vidas e amá-lo sempre. Os que caem vão se opor ou, simplesmente, manter-se “neutros” em relação a ele. Neste sentido, Jesus é um sinal de contradição para a humanidade. Alguns dirão “sim” para ele, outros dirão “não”. O “talvez” não existe. Simeão disse algo mais (v.35): neste “sim” ou “não” que cada pessoa diz a Jesus revela-se o que há dentro delas. Ou seja, e peço que você preste atenção nisto, crer ou não em Jesus Cristo está embutido em toda a vida da pessoa, no mais íntimo de seu ser! A necessidade de uma resposta existencial a Jesus apenas revela o que há dentro do coração de cada um. Vai crer em Jesus quem quiser a partir do mais profundo desejo de seu ser mas, não vai crer, aquela pessoa na qual todas as fibras do seu ser dirão: “não queremos Jesus aqui”. Cada um é responsável por seguir ou não a Jesus e, desta decisão profundamente íntima, resultará seu merecido destino eterno.
Para a mãe Maria, em especial, Simeão profetiza que uma dor angustiante estava reservada para ela (v. 35). Seria como se uma espada atravessasse a sua alma. Maria que, até aquele momento, só tivera boas revelações acerca de seu bebê Jesus, agora se vê diante de uma profecia relativa a seu sofrimento como mãe. Simeão não sabia mas estava falando da morte de Jesus. Quando ele estava pregado na cruz, os evangelhos dizem que sua mãe e outras mulheres ficaram ali o tempo todo, acompanhando sua agonia, chorando sua morte e auxiliando em seu sepultamento. Que dor lancinante Maria sofreu como mãe. Mas a dor se transformaria em indizível alegria apenas três dias depois.
Outro encontro, neste mesmo dia no Templo, foi de uma mulher, muito idosa, chamada Ana, que era profetisa (v. 36). Ela era de uma tribo inexpressiva de Israel, tinha vivido sete anos com seu marido mas ficara viúva e agora tinha oitenta e quatro anos. Ela estava sempre no templo. Era muito piedosa, dedicando-se a orações e jejuns. Servia a Deus dia e noite (v. 37). No Reino de Jesus, a mulher tem seu lugar que não é inferior ao do homem. Simeão era profeta, Ana era profetisa (é o texto bíblico quem diz). Se o homem prega e ensina a palavra de Deus (ato de profetizar), a mulher também! Leitoras mulheres seguidoras de Jesus: desenvolvam, sem medo, os dons que o Senhor deu a vocês. Não permitam que a opinião de homens intimide vocês no serviço a Deus. Lembrem-se de Atos 5.29: “importa, antes, obedecer a Deus que aos homens”.
Quando aproximou-se do bebê Jesus, Ana teve duas atitudes (v. 38). Em primeiro lugar, ela glorificou a Deus e agradeceu-lhe pelo menino. Ela também viu o Messias. Depois, ela começou a falar daquele menino com todas as pessoas que ela sabia que esperavam a redenção, libertação espiritual de Jerusalém. Ela evangelizava dizendo que o Messias havia chegado e que traria o perdão dos pecados.
Diante de Jesus Cristo, ou você fica em pé ou você cai. A escolha vem do mais íntimo do seu próprio ser. Quem é você? O que você vai escolher?