"Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso, para quem já são chegados os fins dos séculos."
Foi por esta razão que a história de Israel foi cuidadosamente preservada nos livros do Velho Testamento — ela tem o objetivo de servir de instrução para nós hoje.
O maior erro que Israel cometeu — e continua a cometer junto com muitos bilhões de gentios — é deixar de compreender que o Messias de Israel foi (e ainda é) Deus em carne! Jesus de Nazaré foi infinitamente mais do que apenas um humilde carpinteiro da Galiléia e Suas palavras e obras trazem inegavelmente o testemunho de Sua divindade. Mas os líderes espirituais de Israel sempre esperaram um Messias humano que os livrasse e essa cegueira induzida por Deus (Romanos 11:25) no fim fará com que Satanás encarnado reine sobre Israel durante o Período da Tribulação.
Muito antes de a primeira molécula ser criada, nosso Deus onisciente e soberano sabia exatamente o que ocorreria no universo — até mesmo em detalhes infinitesimais — e, de modos como nossas mentes finitas não podem compreender, Seu plano eterno levou tudo em consideração. Portanto, de modo algum a rebelião de Satanás e a queda do homem da graça pegaram Deus de surpresa. Na verdade, ambos os eventos tiveram um papel fundamental na vinda de Seu Filho unigênito (João 3:16) para morrer pelos pecados do povo de Deus e essa mensagem gloriosa de esperança foi dada por um anjo a José com relação a Maria, sua esposa:
"E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados." [Mateus 1:21].
Mas enquanto a alegria daquele filho primogênito ainda estava fresca no coração de Maria, ela recebeu um aviso da dor que a missão a ser realizada por aquele filho traria a ela:"E Simeão os abençoou, e disse a Maria, sua mãe: Eis que este é posto para queda e elevação de muitos em Israel, e para sinal que é contraditado (e uma espada traspassará também a tua própria alma); para que se manifestem os pensamentos de muitos corações." [Lucas 2:34-35; ênfase adicionada].
Vemos o cumprimento dessa profecia ecoado nas palavras do apóstolo Pedro quando ele falou à multidão no Dia de Pentecostes:"Homens israelitas, escutai estas palavras: A Jesus Nazareno, homem aprovado por Deus entre vós com maravilhas, prodígios e sinais, que Deus por ele fez no meio de vós, como vós mesmos bem sabeis; a este que vos foi entregue pelo determinado conselho e presciência de Deus, prendestes, crucificastes e matastes pelas mãos de injustos." [Atos 2:22-23].
Você entendeu? Jesus Cristo — o próprio Filho de Deus — foi 'entregue' por Deus, o Pai, de acordo com Seu plano eterno! A crucificação e subseqüente morte do Messias de Israel de modo algum foi um mero acidente na história, como afirmam muitos ateus.
O ato de rebelião de Adão resultou em um abismo infinito entre a humanidade e um Deus santo porque a absoluta perfeição não pode coexistir com a imperfeição. Esse princípio foi tratado pelo patriarca Jó:Portanto, é totalmente impossível para o homem transpor esse abismo por seus próprios esforços O Senhor Jesus Cristo ensinou esse princípio na seguinte passagem:"Disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado. E, além disso, está posto um grande abismo entre nós e vós, de sorte que os que quisessem passar daqui para vós não poderiam, nem tampouco os de lá passar para cá." [Lucas 16:25-26].
Assim, se houvesse uma possibilidade de vida após a morte para o homem, ela teria de se originar com Deus, mas como pode Aquele que possui os atributos pessoais de santidade e justiça infinitas tolerar essas criaturas pecadoras? A verdade é que Ele não pode, de modo que alguma coisa tinha de ser feita para deixar de aplicar a pena pelos nossos pecados, que é a morte eterna e a separação definitiva de Sua presença. Mas isso leva à seguinte pergunta lógica: Como nossos pecados podem ser perdoados sem contemporização por parte de Deus?
"Eis que todas as almas são minhas; como o é a alma do pai, assim também a alma do filho é minha: a alma que pecar, essa morrerá." [Ezequiel 18:4].
"Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna, por Cristo Jesus nosso Senhor." [Romanos 6:23].
Um Deus santo e justo exige a pena de morte pelo pecado. Portanto, o único modo para Ele poder perdoar qualquer um de nós pecadores é morrer como nosso substituto! Foi exatamente isso que Ele fez na pessoa de Seu Filho Jesus Cristo.
Nenhum ser humano finito pode compreender plenamente o conceito de um Deus trino e uno, mas a Bíblia revela que a divindade é formada de Deus o Pai, o Filho e o Espírito Santo: uma única Entidade que escolheu se manifestar em três personalidades distintas. Talvez o melhor exemplo desse fato seja mostrado na seguinte passagem:"E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo." [Mateus 3:16-17].
Após Jesus Cristo, Deus o Filho, ser batizado, o Espírito Santo de Deus desceu sobre Ele "como uma pomba" e Deus o Pai falou audivelmente do céu identificando-O como Seu Filho. O batismo é um rito de identificação em que os crentes publicamente se identificam com Jesus Cristo em Sua morte, sepultamento e ressurreição. A Bíblia não nos diz por que o Senhor insistiu que João o batizasse. Talvez tenha sido para mostrar Sua identificação com aqueles a quem Ele veio salvar. Mas, de qualquer modo, aquilo marcou o início de Seu ministério terreal — três anos e meio de provas inquestionáveis para Israel que Ele era o longamente aguardado Messias, porque 100% das profecias do Velho Testamento relacionadas com o Messias foram cumpridas ao pé da letra durante aquele tempo. Mesmo assim, a vasta maioria recusou-se a acreditar e essa descrença levou o Senhor a fazer este seguinte interessante comentário:"Eu vim em nome de meu Pai, e não me aceitais; se outro vier em seu próprio nome, a esse aceitareis." [João 5:43].
Assim, não é interessante que por três anos e meio Israel será enganado e acreditará que o Anticristo é o Messias, somente para depois descobrir a verdadeira identidade dele e ter de fugir para salvar suas vidas quando ele tentar aniquilá-los?
Dois mil anos atrás Deus permitiu que Ele mesmo, na pessoa de Seu Filho, fosse submetido à morte mais cruel e dolorosa já criada pelo homem — a crucificação em uma cruz romana — para que Ele pudesse redimir todos aqueles que Ele escolheu para serem Seus [Efésios 1:4]. Esse ato supremo de amor continua a ser rejeitado pelos filósofos deste mundo porque apresenta um paradoxo final: Deus morrendo de um modo sacrificial para que os homens possam obter a vida eterna. Mas aquilo que os homens pecadores consideram uma fraqueza e derrota foi na verdade o maior exemplo do poder divino já exibido. O universo material veio à existência como resultado de Deus meramente mandar que isso ocorresse, enquanto que a salvação do homem requereu que Deus morresse! Mas as boas novas (a mensagem do Evangelho) é que Ele não permaneceu morto. Após três dias e três noites no sepulcro, Deus o Pai ressuscitou Seu Filho, vitorioso sobre a morte, o inferno e a sepultura e Ele está agora assentado à direita do Pai. [Romanos 8:34, Efésios 1:20, Hebreus 7:25].
Portanto, se você conhece Jesus Cristo como seu Senhor e Salvador pessoal, Ele atua como seu "advogado" diante do trono de Deus o Pai. Independente de qual acusação o diabo leve contra você e também da legitimidade da acusação — esse pecado já foi pago com o precioso sangue de Cristo.
| Autor: Pastor Ron Riffe